domingo, 27 de fevereiro de 2011

Edward Hopper





Edward Hopper
People in the Sun



“O grande homem é aquele que, no meio da multidão, mantém com perfeita doçura a independência da solidão”.

Ralph Waldo Emerson


“O começo e o fim de toda atividade literária é a reprodução do mundo que me cerca por meio do mundo que está dentro de mim”.
Goethe


Essas duas frases estão numa matéria da Veja sobre Edward Hopper. A primeira é de um ensaio que ele lia todos os dias e a segunda de um verso que carregava na carteira. Imagino que estas duas afirmações deviam servir para ele como um tipo de lembrete, de norte, de mapa ou bússola, ou talvez fossem a descrição do que ele acreditava e orientava sua produção.

Segundo a mesma matéria, Hopper retrata a solidão, a melancolia da existência em suas telas. Eu, quando olho um quadro de Hopper tenho a sensação de um momento suspenso no tempo, as imagens que retratam cenas banais do cotidiano transmitem uma estranheza difícil de descrever. Suas paisagens, interiores e exteriores são normalmente habitadas por uma pessoa apenas, quando aparecem mais pessoas é como se não houvesse possibilidade de comunicação entre elas, como se fossem estranhas umas às outras, como se cada uma estivesse imersa no seu próprio mundo.

Gosto muito dos trabalhos de Hopper, das cores, da luz, da atmosfera às vezes opressiva de solidão que me corta a respiração, mas que ao mesmo tempo instiga e faz imaginar o que suas personagens carregam dentro de si.

Pois bem, lendo essa matéria me lembrei de uma grande amiga, artista talentosa, que recebeu de um amigo a encomenda de reproduzir um trabalho de Hopper. Ele tinha uma gravura que havia perdido as cores com o passar do tempo e como gostava imensamente da obra e do pintor, solicitou a minha amiga que fizesse para ele uma cópia do quadro.

Ressalte-se que, obviamente, não se trata de uma falsificação, as cores são outras, a técnica completamente diferente, assim como os materiais utilizados. Pois bem, ela aceitou o desafio e produziu um trabalho belíssimo que quero mostrar aqui. O nome da artista? Leda Farias, de quem tenho orgulho de ser amiga e a quem quero dedicar este post e a minha admiração pela artista e pela mulher que ela é.




Leda Farias
Sem título


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Casulo





Minha casa
Meu castelo
As tábuas que forram o chão
já conhecem meus passos
A luz difusa que atravessa a cortina
Aquece o ar
Aquece o corpo
que derrete em lágrimas de sal
Miro o espelho
do espelho
que me espelha
Aconchego
Acolhimento
Abraço
Ovo
Útero
Desapareço