sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CRP - Criptonita?

CRP significa Cola, Rasga, Pinta.

CRP é um processo de criação que envolve papelão, muitas e muitas camadas de papel, que depois são rasgadas, pintadas, adicionadas de mais papel, mais tinta. Parece complicado, e é. O resultado é mais ou menos esse




Depois vem a tela e aquilo vira isto




(Adquirido)


ou isto






ou ainda isto





Sobre esse processo, certa vez eu escrevi:



O CAOS SOB CONTROLE




O objetivo deste texto é tentar descrever o processo de criação da atual série de trabalhos intitulada “O Caos sob Controle”. Nasce da necessidade de comunicação do artista com o observador de sua obra.

Inicialmente as imagens estão escondidas sob camadas e camadas de papel, submersas, à espera do toque mágico que as fará ressurgir: fragmentadas, combinadas com outras, às vezes soberanas em sua força, às vezes apenas sugeridas.

A seguir, de estilete em punho, com garras de animal faminto, o artista avança sobre um mar de cores e formas que estão à espreita, cava e procura por aquelas que em sua vã e inocente fantasia teriam que estar presentes no produto final. Algumas virão à tona, outras permanecerão sepultadas para sempre e estarão presentes apenas na memória do artista, uma vez que foram escolhidas por algum motivo. Ninguém as verá, mas estarão ali, como fantasmas a assombrar o seu imaginário.

O resultado deste processo é o Caos. Aos olhos de um observador desatento parecerá que o artista enlouqueceu. O que estaria ele pensando? Nada parece estar no lugar: confusão, subversão, agitação, tumulto, motim... Há que colocar ordem, é necessário domar o Caos.

Novas imagens são adicionadas, a tinta esconde o que desagrada o artista e realça o que lhe é caro, o que o acolhe e conforta. O fim está próximo, o transe termina, a obra está pronta. Pronta? Não! Isso é apenas o começo...

É desse manancial de idéias e imagens que surgirá o trabalho final. O resultado poderá ser conferido na próxima exposição.

O artista convida o expectador a desvendar essa trama.


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A exposição na Galeria de Arte do EBEC foi com trabalhos dessa série (com uma exceção). Agora estou numa fase de transição entre isto ou aquilo. Quem sabe o que virá por aí?

Um comentário:

Moniz Fiappo disse...

Belíssimo texto. Seu trabalho, cada vez melhor. Obrigada pelas visitas gentís e por ser companhia desta destrambelhada às quintas.