sexta-feira, 21 de maio de 2010

Homem







Sobrevoa e pousa
Branca como a luz
Torquês de ferro
Leve como o ar
Esmagadora feito o arrependimento
Pentimento na tela azul-turquesa
Caminhos de navegar o inconsciente
Voa para longe
Levando os cinzas
Desse inverno glacial
Cruel e torturante
Como a falta que sinto de ti

6 comentários:

Moniz Fiappo disse...

E eis que os versos vibram, perfeitamente casados com o pentimento (foi mesmo?). Ambos fortes. Ambos lindos.

Terráqueo disse...

Lucia,
O teu domínio sobre a figura huamana também é impressionante. Parabéns,
Terráqueo

Bípede Falante disse...

Lúcia, este quadro está tão sofisticado, expressivo e, também, dolorido. É um homem de joelhos e quase morto. Eu não sabia exatamente o que via que me fazia sofrer, mas depois de tê-lo olhado mais vezes, dei-me conta de que é porque ele a posição em que ele está forma praticamente uma caveira. Parece ser um quadro por um homem já partido. Muito lindo...

Lucia Alfaya disse...

Ivonete, Terráqueo, Bípede

este é um quadro dos antigos, pequeno, saído de uma colagem, não houve pentimento. Eu diria até que não há arrependimento algum em telo pintado tal qual é. Ele tem também o seu companheiro, que eu chamo Mulher e que será objeto da próxima postagem, gosto de pensar neles como um díptico, apesar da idéia inicial não ter sido essa. São antigos, estão ambos comigo, e acho que vão fazer parte do meu acervo sempre, mesmo com os defeitos que eu vejo neles.

Bípede, tive que me concentrar muito para enxergar a caveira, no final acho que consegui ver. Para mim é uma imagem que traz um peso enorme, mais ou menos como eu tentei descrever no texto, parece que a figura está sendo esmagada por uma dor, uma solidão, uma tristeza e desolação sem medida.

Bípede Falante disse...

Lúcia, a mão segura a caveira. A mão pesada que a submete ou a salva, ainda não sei direito :)

Gregorio Omar Vainberg disse...

É a mão do homem que se salva a si proprio.
um abraço