Apanhado. De meias. Sapatos pendurados nos dedos médio e indicador. Descendo a escada de madeira na ponta dos pés, devagar, tentando evitar o ranger dos degraus. Chaveiro contido na mão, impedindo o tilintar das chaves.
- Aonde você vai?
- Vou até a portaria, buscar a revista V.
- Precisava se arrumar todo assim?
- É.
- E por que os sapatos na mão?
- Para não lhe acordar, não queria incomodar.
- A revista só chega amanhã, domingo
- ...
Será que eles ainda acreditam na máxima "negar sempre, até o final"? Ainda não se deram conta que essa é apenas uma maneira de subestimar e desrespeitar o outro em todos os sentidos? Não perceberam que o amor vai morrendo aos poucos, gota a gota, esvaindo-se numa série de mágoas, flechas certeiras, cravadas no coração?
- Quero a separação!
- Mas por quê? Por quê? Eu te amo!
Ora façam-me o favor. Não perceberam ainda que o modelo cafajeste saiu de moda?
9 comentários:
O teu domínio sobre a figura humana é impressionante. QUando vai ser a tua exposição?
Eu e Ivonete pretendemos fazer uma exposição na galeria do Acbeu, espaço bem interessante aqui em Salvador, no Corredor da Vitória. Vamos apresentar projeto em setembro para concorrer à pauta do ano que vem. Se tudo correr bem, deveremos expor no início do próximo ano. Estou com metade dos trabalhos prontos. Mandarei convite. Beijos.
Ah, eu também quero receber o convite!!! :)
Lúcia, mas que texto tradução perfeita do seu quadro. Ambos, com muita personalidade, ironia e bom gosto.
Lúcia, parabéns pelas telas e pelo taxto. Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com
jefhcardoso
obrigada pela visita, volte sempre!
Lucia.
Gostei da carga irónica do terxto.
um abraço
Olá Gregório, obrigada pela visita e volte sempre. Gosto de casa cheia! Um abraço
Lúcia
Imagem forte! Texto intimo.
Excelente!
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